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Crise no Leste da RDC leva Tshisekedi a pedir apoio urgente a João Lourenço

A escalada do conflito no Leste da República Democrática do Congo colocou Angola no centro da diplomacia regional, com os Presidentes João Lourenço e Félix Tshisekedi reunidos este domingo, em Luanda, para avaliar uma crise que ameaça transbordar fronteiras e comprometer os esforços de paz na região dos Grandes Lagos.

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O encontro, realizado no Palácio Presidencial, teve como foco exclusivo a deterioração da situação de segurança no Leste congolês, marcada por novos confrontos armados e pelo agravamento do drama humanitário, segundo informou o Centro Integrado de Comunicação Presidencial da República de Angola (CIPRA).

A reunião foi antecedida, na sexta-feira, por uma audiência concedida por João Lourenço — também Presidente em exercício da União Africana — ao ministro da Integração Regional da RDC, Floribert Isiloketshi, portador de uma mensagem de Félix Tshisekedi. Na missiva, Kinshasa pediu apoio diplomático firme para travar o que descreve como um sofrimento prolongado da população civil.

De acordo com o governante congolês, as recentes incursões atribuídas às forças ruandesas envolveram armamento pesado e altamente sofisticado, permitindo a conquista de novas localidades, incluindo Uvira, cidade estratégica junto à fronteira com o Burundi, onde se registaram danos materiais significativos e perdas humanas.

Isiloketshi advertiu ainda que esta ofensiva coloca em causa o acordo de paz assinado a 4 de Dezembro, em Washington, sob mediação do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e testemunhado por João Lourenço, fragilizando um processo diplomático que deveria abrir caminho à estabilização da região.

Apesar do cenário de tensão, o Governo congolês reafirma o compromisso com soluções pacíficas, mas acusa Kigali e os seus aliados de optarem pela via militar. Perante este quadro, Félix Tshisekedi solicitou a Angola e à comunidade internacional um reforço da pressão política e diplomática para forçar o cessar das hostilidades e evitar um conflito de maiores proporções.