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Descoberta científica: Angola abriga uma das maiores torres de água do sul de África

Angola volta a ganhar destaque no mapa científico internacional com a confirmação da existência de uma das maiores torres de água do sul de África, localizada no planalto central do país. A revelação foi feita pela vice-presidente da República, Esperança da Costa, durante a abertura da Conferência Científica da SASSCAL 2.0, que decorre sob o lema “Da investigação à acção: reforçar a sustentabilidade através de soluções com impacto nas alterações climáticas na região da África Austral”.

Registro autoral da fotografia

Há 7 dias
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Segundo a governante, a descoberta resulta de estudos conjuntos entre investigadores angolanos e cientistas da National Geographic, que confirmaram que o território angolano serve de nascedouro para os principais rios da África Austral, entre os quais o Zambeze, o Cuanza e o Congo.

“Estamos envolvidos em trabalhos científicos que confirmam a existência, em Angola, da torre de água do sul de África, situada no planalto central, de onde emergem os grandes rios que sustentam milhões de vidas no continente”, afirmou Esperança da Costa.

A vice-presidente sublinhou que esta imponente reserva natural constitui um “vital reservatório de água para o continente”, reforçando a importância do país na preservação dos ecossistemas e na mitigação dos efeitos das alterações climáticas.

Esperança da Costa destacou ainda que o Governo pretende transformar esta “torre de água” numa verdadeira oportunidade científica, através de projectos de investigação ligados ao programa SASSCAL (Southern African Science Service Centre for Climate Change and Adaptive Land Management). Entre as iniciativas em curso, mencionou o monitoramento de zonas húmidas, o atlas de barragens e reservatórios da África Austral, e o programa de escolas de pós-graduação do SASSCAL.

“Queremos que esta torre de água se torne um laboratório natural para a ciência e para a inovação”, frisou.

No seu discurso, a vice-presidente lembrou também que “a água é um pilar fundamental da paz e da prosperidade”, sobretudo numa região marcada pela escassez e pela variabilidade climática.

Esperança da Costa salientou os avanços obtidos pela Convenção da Corrente Fria de Benguela (BCC), que tem desempenhado um papel essencial na gestão sustentável dos recursos marinhos e no fortalecimento da economia azul, em articulação com projectos estruturantes como o Corredor do Lobito, que impulsiona o comércio e a integração regional.

O encontro contou igualmente com a presença de Christian Alecke, membro do Conselho do SASSCAL da Alemanha, que anunciou o financiamento de 10 milhões de euros para apoiar projectos de investigação e a construção de um Centro de Excelência Científica no Huambo, destinado a reforçar as capacidades técnicas e académicas da região.