Kaporal troca Benguela pela Líbia: polémica aquece transferência milionária
O avançado angolano João Chingando Manha, conhecido no mundo do futebol como Kaporal, assinou por duas épocas com o Al Ittihad Misrata SC, da primeira divisão da Líbia, numa mudança que promete agitar os bastidores do futebol nacional.
Registro autoral da fotografia
Apresentado oficialmente esta quinta-feira como reforço do emblema líbio, o melhor marcador do Girabola 2024/2025 inicia agora uma nova etapa da carreira, com um salário estimado em 20 milhões de kwanzas por mês. No entanto, a transferência está longe de ser pacífica: o Wiliete de Benguela insiste que o jogador mantém contrato válido até 2026 e só poderia sair mediante o pagamento de uma cláusula de rescisão de 500 milhões de kwanzas.
Kaporal, por seu lado, alega incumprimento contratual, salários em atraso e até assédio moral, argumentos que o levaram a rescindir unilateralmente com o clube benguelense. O seu advogado, Daniel Mendes Almeida, sustenta que a cláusula exigida é “manifestamente desproporcional e abusiva” e que a tentativa de travar a transferência fere o princípio da liberdade de trabalho consagrado nos regulamentos da FIFA.
O Wiliete, em resposta, nega qualquer falha e afirma que o vínculo se mantém em vigor. “Até ao momento não fomos contactados por nenhum clube interessado e desconhecemos os supostos agentes que têm falado em nome do atleta”, declarou o director de comunicação do clube, João David Santos.
No meio da disputa, Kaporal já veste as cores do Al Ittihad Misrata e prepara-se para entrar em campo, enquanto nos bastidores se desenha uma guerra jurídica que pode transformar-se num caso exemplar de litígio desportivo em Angola.
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