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Kivu volta a arder: Presidente congolês acusa Ruanda de trair compromisso de paz

O Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, denunciou que Ruanda violou o acordo de paz assinado há poucos dias em Washington, acusando Kigali de ter retomado ataques no leste congolês menos de 24 horas após o compromisso diplomático.

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Ao discursar perante o Parlamento reunido em congresso, Tshisekedi afirmou que localidades do Kivu do Sul, entre as quais Kaziba, Katokota e Lubarika, foram alvo de bombardeamentos com armamento pesado alegadamente lançados pelas Forças de Defesa de Ruanda a partir da cidade de Bugarama. O chefe de Estado classificou os ataques como “deliberados” e responsáveis por “graves danos humanos e materiais”.

O líder congolês recordou que o acordo estabelecia pontos inequívocos: retirada imediata das tropas ruandesas do território congolês, desmantelamento de grupos armados estrangeiros, incluindo as FDLR, criação de um mecanismo conjunto de supervisão de segurança, maior integração económica regional e cessação total das hostilidades.

Apesar das acusações, Tshisekedi reiterou que a RDC permanece comprometida com o documento assinado, sublinhando que o país se manterá “vigilante, lúcido, mas determinado” a defender a sua soberania e a segurança dos cidadãos. Garantiu ainda que acredita no processo diplomático, embora reconheça a complexidade do momento.

O acordo em causa foi firmado na última quinta-feira, na capital norte-americana, numa cerimónia em que participaram Félix Tshisekedi e o Presidente ruandês, Paul Kagame, sob mediação do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, e com a presença do Presidente de Angola e líder da União Africana, João Lourenço.