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Luanda acolhe em 2027 cimeira da National Geographic sobre a «torre de água» de Angola

A National Geographic anunciou para 2027 a realização de uma cimeira internacional em Luanda, dedicada a debater o papel estratégico de Angola como principal reservatório hídrico da África Austral. O encontro decorre no âmbito do Projecto Vida Selvagem do Okavango e resulta da constatação de que mais de 70 por cento das águas que alimentam rios como o Okavango, o Zambeze, o Kwanza e o Congo têm origem no território angolano.

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A iniciativa foi confirmada esta quinta-feira por Steve Boyes, explorador da National Geographic e coordenador do projecto, após uma audiência com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa. O investigador destacou que o país constitui a “torre de água” da região e sublinhou a importância de dar maior visibilidade internacional a este recurso estratégico.

O anúncio coincide com novos avanços no domínio da conservação. Uma área de protecção em Angola foi recentemente inscrita na convenção internacional RAMSAR, dedicada à salvaguarda de zonas húmidas de relevância mundial. Paralelamente, equipas conjuntas da National Geographic e da Fundação Lisima identificaram 275 novas espécies animais no país, incluindo espécies endémicas e manadas de elefantes.

Parte deste trabalho científico será revelado ao público através de uma longa-metragem já apresentada em festivais internacionais e que chegará às plataformas de streaming em Março de 2026. O filme, segundo Boyes, “mostra ao mundo o potencial natural de Angola com qualidade de Hollywood”.

Além da investigação ambiental, o programa integra iniciativas de desenvolvimento comunitário, como a produção de mel, artesanato, agricultura sustentável e apoio à saúde e à educação em regiões do interior. “Estamos também a apoiar a elaboração da Estratégia de Conservação da Biodiversidade no Moxico e Moxico Leste”, referiu o director-geral da Fundação Lisima, Elves Zambela.

De acordo com a directora-adjunta do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação, Marta Zumbo, Angola pretende aumentar para 17 por cento a extensão do território sob áreas de conservação, em cumprimento dos compromissos internacionais.

O Projecto Vida Selvagem do Okavango, activo até 2032, resulta de uma parceria entre a National Geographic, a Fundação Lisima e o Governo de Angola, com foco nas bacias hidrográficas do Okavango, Kubango, Cuito e Zambeze. O plano inclui ainda a criação de oportunidades de formação avançada em ecologia, biologia e conservação em colaboração com universidades angolanas.