Nunca foram concluídos: Seis projectos ´multibilionários´ atrasados que ameaçam o futuro de Angola
O futuro de Angola parece cada vez mais incerto com uma série de megaprojetos governamentais que permanecem inacabados. De refinarias de petróleo a oleodutos estratégicos e projectos educacionais, as promessas adiadas do executivo angolano expõem um quadro preocupante de atrasos e má gestão.
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Porto de Caio: Uma década de frustração
Lançado em 2015, o Porto de Caio, em Cabinda, pretendia transformar Angola num dos maiores exportadores de petróleo refinado na região, reduzindo a dependência de importações. Contudo, nove anos após o seu início, o porto permanece inacabado, com apenas 40% das obras realizadas. O atraso prejudica a economia local, desanima investidores internacionais e retira oportunidades de emprego aos habitantes de Cabinda, afetando diretamente o sector logístico. A contínua falta de progresso gera ceticismo sobre a viabilidade do projeto, que já ultrapassou em mais de 60% o orçamento inicial, segundo dados do Ministério dos Transportes.
Refinaria do Soyo: Potencial perdido
Avaliada em cerca de 5 mil milhões de dólares, a Refinaria do Soyo prometia transformar Angola num centro de produção energética independente, com uma capacidade de 150.000 barris por dia. No entanto, a conclusão da obra foi novamente adiada, agora prevista apenas para 2025, sendo que a construção sequer ultrapassou os 30%. Este atraso impacta diretamente o déficit comercial angolano e restringe as oportunidades de emprego nas comunidades envolventes. Enquanto isso, Angola continua a importar grande parte dos produtos refinados, fragilizando sua economia e pressionando ainda mais a moeda nacional.
Oleoduto Angola/Zâmbia: Um Projecto que gastou apenas diplomacia
A construção do oleoduto entre Angola e Zâmbia, pretendia consolidar a cooperação energética na região e fortalecer as exportações de Angola. Entretanto, uma década de negociações parece ter resultado em pouco além de estudos de viabilidade. O início das obras, agora projectado para 2026, é cada vez mais visto com descrédito. A falta deste oleoduto obriga ambos os países a dependerem de rotas de transporte custosas e menos eficientes, prejudicando a competitividade e o desenvolvimento regional.
Projetos de energia solar: Ambição sem acção
Com as energias renováveis em expansão a nível mundial, Angola enfrenta um impasse na implementação dos seus projectos solares. O parque de energia solar de Luena, inaugurado mas ainda inoperante devido a problemas técnicos, permanece um exemplo de má gestão da coisa pública. O projeto de Caraculo, por outro lado, enfrenta obstáculos financeiros e logísticos, sem previsão de conclusão. Isto compromete o compromisso de Angola com o desenvolvimento sustentável, e limita a expansão de electricidade a áreas rurais que carecem de energia, mantendo o país dependente de combustíveis fósseis.
Educação e saúde: Continuam em contramão dos cidadão
Os sectores de educação e saúde, pilares essenciais para o desenvolvimento socioeconómico, apresentam agora um panorama crítico. Com o financiamento do Banco Mundial paralisado, as infraestruturas de saúde nas áreas rurais sofrem graves limitações, dificultando o acesso aos serviços básicos. Além disso, informações recentes indicam que o serviço público de saúde poderá deixar de ser gratuito, o que representa um grande retrocesso nas políticas sociais e afeta de maneira brutal a população mais vulnerável. No campo educacional, a expansão de escolas prometida para regiões afastadas também permanece adiada, ameaçando o futuro de milhares de jovens angolanos.
Economia em risco: A volta à lista cinzenta do GAFI
Angola foi recentemente reincorporada na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), entidade que avalia a transparência financeira dos países. Este regresso à lista de monitoramento coloca o país sob o risco de sanções e compromete ainda mais a sua capacidade de atrair investimentos internacionais. A inclusão na lista do GAFI dificulta o acesso a crédito e financiamento externo, prejudicando o já delicado cenário económico nacional e ameaçando agravar a crise financeira, com repercussões sobre o custo de vida e a criação de empregos.
Diversificação Económica: Um Ideal Distante da realidade
Os esforços de Angola para diversificar a sua economia, promovendo setores como a agricultura e a indústria, são constantemente travados pela falta de avanços nos projetos estruturais. Sem os investimentos prometidos, o país continua altamente dependente das receitas do petróleo, um recurso volátil e sujeito a flutuações no mercado global. Esta situação contribui para a crescente pobreza e desigualdade social, aumentando o fosso entre a elite e a população de baixa renda.
Com uma governação que falha em concretizar projetos-chave e uma gestão pública amplamente criticada pela sua ineficácia, Angola enfrenta um futuro incerto. Os megaprojetos que deveriam impulsionar a nação continuam incompletos, e a necessidade de reformas urgentes torna-se cada vez mais evidente para que o país possa, de facto, oferecer um futuro digno aos seus cidadãos.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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