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Vazio no Poder judicial: CSMJ afasta Joel Leonardo por motivos de saúde e confirma saída de Aldina Carvalho

O Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) confirmou a jubilação de duas das figuras mais influentes do sistema judicial angolano, numa decisão que promete agitar profundamente a arquitectura do poder judiciário. A Resolução n.º 4/25, publicada no Diário da República de 4 de Dezembro, formaliza a saída de Joel Leonardo e de Maria Aldina Mendes de Carvalho, abrindo espaço para uma reestruturação inevitável.

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Joel Leonardo, que acumulava a presidência do Tribunal Supremo e do próprio CSMJ, abandona funções por motivos de saúde. A sua retirada põe fim a um mandato marcado por forte exposição pública, tensões internas e diversas controvérsias que colocaram o mais alto tribunal do país sob constante escrutínio. A sua jubilação, agora oficial, desencadeia um processo de sucessão particularmente sensível.

Também jubilada, Maria Aldina Mendes de Carvalho deixa a magistratura após atingir o limite de idade legal. A decisão encerra uma carreira longa e amplamente reconhecida, num momento em que o sector enfrenta pressões para acelerar reformas e reforçar os mecanismos de transparência.

A saída simultânea de duas figuras de peso cria um cenário de transição delicado, sobretudo num contexto em que o poder judicial é alvo de críticas, exigências de modernização e expectativas crescentes da sociedade civil. Observadores admitem que a mudança poderá redefinir equilíbrios internos e influenciar o ritmo das reformas em curso.

Com a publicação da decisão na I.ª Série n.º 228 do Diário da República, as medidas do CSMJ produzem efeitos imediatos. O órgão deverá avançar de imediato para os procedimentos formais destinados ao preenchimento das vagas e à reorganização das estruturas internas, num processo que se antevê crucial para o futuro do sector.