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245 milhões de euros para requalificar frente marítima de Luanda, Mota-Engil assume as obras

A empreitada de construção da primeira fase das infraestruturas da Marginal da Corimba, em Luanda, foi entregue à empresa portuguesa Mota-Engil, num contrato avaliado em 245,2 milhões de euros, financiado pela linha de crédito de Portugal. A intervenção, que deverá estar concluída em 20 meses, inclui trabalhos marítimos, viadutos, nós rodoviários, arruamentos e a edificação de habitações para realojar famílias da zona de intervenção.

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Há 4 dias
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O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Santos, que sublinhou a importância da obra para a mobilidade da capital, face ao crescimento populacional que tem pressionado a rede viária. “O percurso entre Talatona e o centro de Luanda, numa distância de apenas 20 quilómetros, pode demorar até duas horas em horas de ponta, com consequências directas na produtividade e nos custos de transporte”, destacou o governante.

Carlos Santos recordou que já tinham existido tentativas anteriores para erguer a marginal, designadamente em 2016, quando foi assinado um contrato com a empresa chinesa China Railway CR20. O projecto, que previa a construção de uma via rápida da Praia do Bispo à Corimba, acabou por não avançar devido a dificuldades na mobilização da linha de crédito chinesa. Em 2021, apenas o viaduto da Corimba foi concluído, permanecendo suspenso o restante contrato.

A obra agora adjudicada será executada em três fases, cabendo à Mota-Engil dar início ao processo. Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, o financiamento está garantido não apenas pela linha de crédito de Portugal, mas também com recurso à banca local. “Os recursos para o arranque estão assegurados e apelamos aos empreiteiros para que cumpram os prazos, de modo a que os benefícios cheguem aos cidadãos no tempo previsto”, afirmou.

Além de melhorar a circulação rodoviária, o projecto prevê a construção de cerca de 2.000 habitações, destinadas a famílias actualmente a viver em condições precárias, sobretudo em zonas de risco. Lima Massano destacou ainda o impacto ambiental positivo da intervenção, alinhado com os compromissos do Plano de Desenvolvimento Nacional e com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

A primeira fase da Marginal da Corimba deverá permitir, logo após a sua conclusão, uma redução significativa nos tempos de viagem e nos custos de transporte, além de contribuir para uma maior fluidez no tráfego urbano de Luanda.