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ALERTA: Angola à beira de entrar na lista cinzenta do GAFI, economia pode colapsar

Angola enfrenta o risco iminente de ser incluída na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), o que poderia dificultar as transacções internacionais e afectar gravemente a economia do país. A advertência foi feita pela perita independente das Nações Unidas, Attiya Waris, que destacou a necessidade urgente de reformas no sistema bancário e de transparência.

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Há 5 meses
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Na última quarta-feira, 17 de julho, Attiya Waris, perita independente das Nações Unidas, alertou que Angola corre sérios riscos de entrar na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI). Durante uma visita de dez dias ao país, a convite do governo angolano, Waris apresentou um relatório preliminar que aponta diversas deficiências no sistema bancário angolano que precisam ser corrigidas urgentemente.

Segundo Waris, se essas falhas não forem abordadas, Angola poderá enfrentar grandes dificuldades nas transacções internacionais. “Em outubro, saberemos se Angola estará ou não na lista cinzenta do GAFI”, afirmou a perita, sublinhando que a entrada na lista resultaria na retenção de 25% das transacções por países membros da OCDE, o que complicaria ainda mais a situação económica do país.

A inclusão na lista cinzenta teria impactos devastadores na diversificação económica de Angola. Waris destacou que “qualquer empresa que esteja a pensar investir em Angola já não virá porque não vai valer a pena vir para cá fazer negócio”, mencionando como exemplo o Corredor do Lobito, cujo investimento seria prejudicado.

Entre as várias recomendações do relatório, destaca-se a necessidade de diversificação económica, melhoria das condições de vida da população, aumento da transparência e recuperação de activos. Waris enfatizou que a confiança no sistema bancário foi profundamente abalada pela guerra, resultando numa relutância das pessoas em depositar dinheiro nos bancos, e criticou a escassez de casas de câmbio, que promove um mercado de rua informal.

A especialista também sugeriu que futuros acordos de dívida garantam que os fundos permaneçam em Angola, em vez de serem negociados em troca de petróleo, e enfatizou a importância de uma nova lei sobre beneficiários efectivos, crucial para aumentar a transparência e combater fluxos financeiros ilícitos.

Além disso, Waris defendeu a necessidade de responsabilizar judicialmente aqueles que desviaram bens do erário durante o anterior regime. No seu relatório, a perita expressou preocupação com a avaliação do GAFI, que indicou ameaças de branqueamento de capitais no sistema financeiro angolano, no sector imobiliário e no comércio transfronteiriço.

A possível entrada de Angola na lista cinzenta do GAFI representa uma ameaça significativa, com potenciais consequências devastadoras para a economia e a estabilidade do país.