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Angola perde 22% das receitas petrolíferas apesar de exportar mais barris

Queda do preço do Brent trava ganhos e reduz receitas para 6,2 mil milhões de dólares no terceiro trimestre

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Há 21 horas
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Angola arrecadou 6,2 mil milhões de dólares com a exportação de petróleo bruto no terceiro trimestre de 2025, valor que representa uma queda de 22,24% face ao mesmo período do ano anterior, revelou esta quinta-feira o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

Segundo os dados oficiais, o país exportou cerca de 91 milhões de barris de crude entre Julho e Setembro, menos 10,91% em relação ao terceiro trimestre de 2024. Ainda assim, verificou-se uma ligeira recuperação face ao trimestre anterior, com aumentos de 7,19% em volume e 9,25% em valor.

O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, explicou que a quebra das receitas resulta da queda do preço médio do Brent, que se fixou em cerca de 69 dólares por barril, após um período de forte volatilidade nos mercados internacionais. Entre os factores apontados estão as tensões geopolíticas e o excesso de oferta mundial.

Apesar das dificuldades, José Barroso assegurou que Angola mantém o compromisso de produzir acima de um milhão de barris diários, prevendo estabilidade até 2027/2030. O governante admitiu, contudo, que a maturidade dos campos petrolíferos continua a afectar a produção, embora novos projectos estejam a ser lançados para compensar as perdas.

O responsável salientou que Setembro foi o mês mais fraco do trimestre, com 28,5 milhões de barris exportados e 1,9 mil milhões de dólares arrecadados. A China manteve-se como o principal destino do crude angolano (59,63%), seguida da Índia, Indonésia e Espanha.

No segmento do gás natural, Angola exportou 1,6 milhões de toneladas métricas, sobretudo de Gás Natural Liquefeito (LNG), que rendeu 900,7 milhões de dólares, maioritariamente provenientes de vendas para mercados asiáticos.