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Após 25 Anos, Shell retorna a Angola com olho em seis blocos petrolíferos promissores

Depois de um afastamento de 25 anos, a petrolífera britânica Shell volta a apontar os seus radares para Angola, num movimento que promete agitar o sector energético do país. A multinacional assinou, esta quinta-feira, em Luanda, um memorando de entendimento com a Agência Nacional de Petróleos, Gás e Biocombustíveis (ANPG), abrindo caminho para a exploração de seis blocos petrolíferos de elevado potencial.

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Há 3 semanas
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O acordo, rubricado na presença do ministro dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, foi saudado como um sinal claro da atratividade renovada de Angola no panorama petrolífero global. “O retorno da Shell representa uma vitória para o esforço contínuo de posicionar Angola como destino estratégico para o investimento internacional”, sublinhou o governante.

Novos Blocos, Novas Promessas

Com o foco nos blocos 19, 34, 35, 36, 37 e 43, a Shell compromete-se a realizar estudos detalhados que poderão redefinir o mapa energético do país. Para Diamantino de Azevedo, a assinatura do memorando é mais do que um simples acto administrativo: “É a confirmação de que Angola possui recursos estratégicos ainda por explorar e que estamos a criar as condições certas para atrair gigantes do sector.”

O presidente da ANPG, Paulino Jerónimo, destacou o pragmatismo e a agilidade da concessionária em facilitar os processos de atribuição de concessões e assegurar contratos flexíveis que tornem o mercado mais competitivo.

Regresso Estratégico ou Jogada de Desespero?

Eugene Okpere, vice-presidente executivo da Shell, justificou o regresso ao país com a melhoria significativa do ambiente de negócios e o timing ideal para reiniciar as operações em Angola. “Estávamos à espera do momento certo. Agora, com este memorando, damos o primeiro passo para estudar os dados e avaliar a viabilidade de novos projetos”, afirmou.

Mas nem tudo são flores. O sector petrolífero angolano enfrenta desafios profundos, desde a crescente pressão por energias renováveis até à volatilidade do mercado internacional. Para críticos, o regresso da Shell levanta questões: será este o início de um novo ciclo de ouro negro ou uma aposta tardia num modelo de desenvolvimento cada vez mais contestado?

Perspectivas de Futuro

Independentemente das dúvidas, o regresso da Shell é visto como um incentivo para outras multinacionais reconsiderarem Angola como destino de investimento. Diamantino de Azevedo acredita que o regresso da Shell pode “reacender a confiança global no potencial energético do país”, marcando uma nova era para o sector.

Com o país a tentar diversificar as suas fontes de rendimento e atrair capital estrangeiro, esta parceria pode ser o empurrão que Angola precisava para revitalizar a sua economia e, ao mesmo tempo, consolidar-se como um dos maiores players no mercado petrolífero africano.

O que resta agora é esperar pelos resultados dos estudos e ver se o regresso da Shell vai traduzir-se em descobertas revolucionárias ou em mais uma promessa por cumprir.

PONTUAL, fonte credível de informação.