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Barragem de Caculo Cabaça avança com instalação de equipamentos e promessa de mais energia até 2029

A construção da barragem de Caculo Cabaça, no Cuanza Norte, registou um novo avanço com o início da montagem dos equipamentos electromecânicos. O empreendimento, considerado estratégico para o futuro energético de Angola, apresenta uma execução física estimada em 33% e deverá entrar em funcionamento total em 2029.

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De acordo com um comunicado do Ministério da Energia e Águas, após a conclusão do desvio provisório do rio Kwanza, decorrem agora os trabalhos da empreitada principal, que inclui obras civis e a instalação dos sistemas técnicos da central hidroeléctrica. A infra-estrutura terá uma capacidade instalada total de 2172 megawatts (MW), dos quais 2120 MW serão gerados pela central principal e 52 MW por uma central ecológica dedicada ao caudal mínimo.

O projecto contempla uma barragem ao quilómetro 289 do rio Kwanza, uma central subterrânea em caverna e um túnel hidráulico com mais de cinco quilómetros, escavado na margem esquerda. Estão previstos quatro grupos geradores com potência individual de 530 MW, a serem ligados gradualmente à rede nacional à medida que forem concluídos, o que permitirá aumentar de forma progressiva a capacidade de fornecimento de energia no país.

Além da sua relevância técnica, a barragem de Caculo Cabaça é apresentada pelo Governo como um factor de impulso económico e social. Actualmente, cerca de 3700 trabalhadores estão envolvidos na obra, número que deverá crescer para 6000 em fases subsequentes, com destaque para a contratação de mão-de-obra local.

A infraestrutura está ainda associada a iniciativas de responsabilidade social. Entre elas, destacam-se serviços de saúde básicos para as comunidades vizinhas, fornecimento de água potável, acções de alfabetização, programas de prevenção de doenças e instalação de espaços de lazer e prática desportiva. Está igualmente prevista, numa fase posterior, a electrificação das localidades de Quindongo, Mukila e Kissuba, bem como projectos de formação profissional e apoio ao empreendedorismo juvenil.

O Executivo espera que a barragem venha não só a reforçar a fiabilidade da rede eléctrica nacional e a reduzir a dependência de fontes térmicas, como também a posicionar Angola como potencial exportador de energia para países vizinhos, contribuindo para o crescimento económico e a industrialização com base em energia limpa.