BNA surpreende e baixa taxa de juro base para 19% após 13 meses de queda da inflação
Pela primeira vez desde 2023, o Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu cortar as taxas de juro, apostando numa descida de 0,5 pontos percentuais que fixa a taxa de referência em 19%. A medida surge após 13 meses consecutivos de abrandamento da inflação, que em Agosto caiu para 18,88% em termos homólogos.
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O anúncio foi feito esta terça-feira pelo governador do BNA, Manuel Tiago Dias, no final da reunião do Comité de Política Monetária. Além da taxa de referência, a facilidade de cedência de liquidez recuou de 20,5% para 20%, e a de absorção de liquidez de 17,5% para 17%.
Segundo o responsável, a decisão reflete “a trajetória de redução da inflação em Angola, em linha com a meta de 17,5% para o final de 2025”, mesmo perante as incertezas económicas internacionais. Manuel Tiago Dias destacou ainda que a inflação mensal caiu para 1,09% em Agosto, influenciada sobretudo pela descida dos preços nos transportes e dos bens alimentares em Luanda.
A política do BNA, garantiu, procura dar um sinal claro ao mercado: reduzir o custo do crédito. “O efeito não é imediato, mas esperamos que comece no mercado interbancário e, depois, chegue às relações entre os bancos e os clientes”, frisou.
Os números confirmam o contexto de maior estabilidade: a base monetária recuou 0,23% em Agosto, o crédito à economia em moeda nacional ultrapassou 6,6 biliões de kwanzas — mais 29% face a 2024 — e as reservas internacionais fixaram-se em 15,1 mil milhões de dólares, assegurando quase oito meses de importações.
Com este corte, o BNA pretende não só manter o controlo da inflação como também estimular a actividade económica, apoiada pelo aumento da produção interna de bens essenciais. O banco central lança assim um sinal de confiança no rumo da economia angolana, ainda que o impacto prático da descida das taxas só deva sentir-se gradualmente no bolso dos cidadãos e das empresas.
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