Crise na FNLA: Nimi-a-Nsimbi Afastado do Bureau Político
O clima dentro da FNLA aqueceu e explodiu em plena VI Reunião Ordinária do Bureau Político, realizada na última sexta-feira. Confrontos verbais e acusações culminaram na expulsão do presidente do partido, Nimi-a-Nsimbi, e da sua comitiva, revelando de forma pública a grave crise interna que assola a histórica formação política fundada por Holden Roberto.
Registro autoral da fotografia
Perante a escalada da tensão, Nimi-a-Nsimbi convocou, para esta quarta-feira, 01 de Outubro, uma conferência de imprensa na sede da FNLA, localizada na rua do Lamego, bairro Popular, em Luanda. Apesar de a nota enviada à imprensa não detalhar os pontos da agenda, cresce a expectativa de que o líder venha esclarecer os bastidores da discórdia que o opôs ao ex-líder histórico Ngola Kabango e ao ex-porta-voz Ndonda Nzinga.
Segundo informações recolhidas pela Rádio Correio da Kianda, a faísca que incendiou a reunião foi a recusa de Nimi-a-Nsimbi em aceitar uma proposta de alteração da agenda, sugerida por Ndonda Nzinga. Testemunhas relatam que o líder terá “zombado” da sugestão, o que acendeu ânimos e acabou por precipitar a sua retirada forçada da sala.
A turbulência reacende críticas antigas contra a actual liderança. Vários militantes acusam Nimi-a-Nsimbi de ter mergulhado a FNLA num estado de letargia e de afastamento das suas bases. O presidente rejeita as acusações, garantindo que o “trabalho político é demoroso” e que os frutos da sua gestão já se fazem sentir.
Entre os resultados apontados, destaca a realização dos congressos da JFNLA e da AMA, a implantação de secretariados provinciais e a reconciliação de facções internas em torno de uma única bandeira da FNLA. “Os louros estão aí, só não vê quem não quer”, disparou recentemente em entrevista à Rádio Correio da Kianda.
Enquanto isso, a família política dos “irmãos” permanece em ebulição, com a conferência de imprensa de hoje a ser aguardada como um momento decisivo para perceber se a liderança de Nimi-a-Nsimbi ainda resiste ou se a FNLA caminha para mais um capítulo de rutura.
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