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Golpe contínuo: Mais de 435 mil litros de combustível sairiam do país: Polícia «vê navios»

A Polícia Nacional apreendeu um volume avassalador de 436.994 litros de combustível na província do Zaire, entre 1 de Novembro de 2024 e 15 de Janeiro de 2025. A operação, que expôs uma rede alarmante de contrabando, foi detalhada esta quinta-feira pelo superintendente-chefe Estêvão Nenkula Lemba, em Mbanza Kongo.

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Há 2 meses
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As quantidades confiscadas incluem 356.364 litros de gasóleo, 61.225 litros de gasolina e 19.375 litros de petróleo iluminante.

A ofensiva policial também resultou na apreensão de 46 camiões, dos quais 42 estavam equipados com depósitos adaptados – os chamados “estepes” –, usados para o transporte clandestino de combustível. Três embarcações artesanais com motores de popa e sete motorizadas de três rodas foram igualmente confiscadas, reforçando a magnitude da operação.

Detenções e processos-crime

No rastro do contrabando, 101 indivíduos, entre nacionais e estrangeiros, foram detidos, levando à abertura de 51 processos-crime que já foram remetidos ao Ministério Público para tratamento judicial. Estêvão Nenkula Lemba sublinhou que o contrabando de produtos petrolíferos não é apenas um acto criminoso, mas um grave atentado ao desenvolvimento económico de Angola, cujos efeitos são sentidos diretamente na vida dos cidadãos.

“As consequências deste tipo de crime reflectem-se no cidadão comum e travam o crescimento económico do país. É imperativo que todos os envolvidos abandonem estas práticas que não contribuem para o progresso da nação”, declarou o oficial.

Contrabando: Um golpe contínuo na economia angolana

Os números revelam um problema profundamente enraizado, que continua a desafiar as autoridades. O contrabando de combustível alimenta uma rede criminosa que ultrapassa fronteiras, com destino principal à vizinha República Democrática do Congo (RDC).

Para combater este flagelo, as autoridades reforçaram as medidas de controlo e fiscalização, contando com um alinhamento estratégico entre a Polícia Nacional, os órgãos de defesa e segurança, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os tribunais. “Estamos a implementar medidas cautelares e a tomar providências em tempo real para dissuadir estas práticas que atentam contra a economia do país”, afirmou Estêvão Nenkula Lemba.

Cenário de combate e continuidade das operações

Apesar do sucesso da operação, o cenário ainda é delicado. As autoridades caracterizam a situação atual como calma, mas garantem que a coordenação institucional será mantida e intensificada. O objetivo é reduzir drasticamente o fenómeno do contrabando de combustível, que mina os esforços de desenvolvimento nacional e favorece redes criminosas.

A apreensão de mais de 435 mil litros de combustível não é apenas um marco na luta contra o contrabando, mas uma demonstração clara de que as autoridades angolanas estão determinadas a acabar com este tipo de crime. No entanto, a verdadeira vitória só será alcançada com a eliminação das condições que alimentam esta actividade ilícita, incluindo a corrupção e a impunidade que muitas vezes sustentam estas redes criminosas.

PONTUAL, fote credível de informação.