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PR desafia investidores: “África não pode ser apenas um celeiro de matérias-primas”

O Presidente da República e líder em exercício da União Africana lançou, este domingo em Nova Iorque, um apelo contundente ao sector privado internacional: chegou a hora de África deixar de ser vista apenas como fornecedora de recursos brutos e assumir-se como palco de transformação produtiva, inovação tecnológica e competitividade global.

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Há 4 dias
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Falando na Mesa Redonda de Alto Nível de Diálogo entre a ONU e a União Africana, João Lourenço afirmou que o modelo de investimentos centrado nas indústrias extractivas “tem de ficar no passado” e instou os empresários a apostarem em novas cadeias agro-industriais, na mineração com maior incorporação de valor e em sectores de transformação capazes de gerar empregos e diversificação económica.

“O sector privado é motor da inovação e parceiro indispensável na construção do futuro de África”, destacou o Chefe de Estado, sublinhando a necessidade de virar a página da dependência da exportação de matérias-primas em estado bruto.

Lourenço enalteceu ainda o potencial da Zona de Comércio Livre Continental Africana, que reúne 1,3 mil milhões de consumidores e um PIB superior a três biliões de dólares, descrevendo-a como “a maior oportunidade económica do nosso tempo”.

Segundo o líder africano, as reformas estruturais em curso em vários países — desde a modernização de infra-estruturas à consolidação da estabilidade macroeconómica — tornam o continente numa realidade actual de crescimento e oportunidades.

O Presidente defendeu igualmente que as Parcerias Público-Privadas desempenham um papel decisivo no financiamento e expansão de infra-estruturas críticas como energia, transportes, telecomunicações e água, aliviando os orçamentos públicos e permitindo redireccionar recursos para o combate às desigualdades sociais.