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PRA-JA poderá enfraquecer principais partidos e beneficiar MPLA, considera politóloga

O partido PRA-JA Servir Angola poderá retirar votos tanto ao MPLA como à UNITA nas próximas eleições, funcionando como elemento de fragmentação do eleitorado, avaliou esta terça-feira, 19, a especialista em ciência política Paula Rock, no programa Bancada Parlamentar, da Rádio Correio da Kiada.

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Segundo a académica, a criação da nova força política esteve, desde o início, ligada à tentativa de enfraquecer a Frente Patriótica Unida (FPU). Nesse sentido, poderá também servir de argumento para justificar uma eventual perda da UNITA nas urnas, atribuída ao peso político de Abel Chivukuvuku.

Paula Rock sublinhou ainda que o fenómeno não é exclusivo de Angola, lembrando que vários governos e partidos de matriz autoritária recorrem a expedientes semelhantes em contextos de défice democrático.

Na sua leitura, a fragilidade histórica e institucional de alguns partidos recém-criados poderá colocá-los numa posição de dependência em relação ao MPLA, tornando viável a construção de alianças que reforcem a imagem de pluralismo e abertura democrática. “É uma forma de projectar o MPLA como inclusivo e plural, contrapondo-se à narrativa da Frente Patriótica Unida”, apontou.