Produção de arroz só dá para 3% do consumo em Angola
Apesar do anúncio de vários programas e discursos de massificação da produção de arroz no País, a cultura deste cereal continua longe do desejado. Procura em alta e falta de oferta nacional deveria provocar uma corrida ao investimento, mas constrangimentos são entrave.
Registro autoral da fotografia
Em Angola foi produzido no ano passado 14.500 toneladas de arroz, um valor muito abaixo daquilo que é a estimativa de consumo anual de 500.000 toneladas, o que significa que o País apenas produz 3% do que é consumido, de acordo com cálculos do Expansão com base em dados da Associação Agro-Pecuária de Angola (APPA) e do Ministério da Agricultura e Florestas.
A produção de arroz no País continua, assim, muito longe da capacidade de consumo anual deste que é um dos principais produtos da dieta alimentar dos angolanos, apesar do discurso institucional de dinamização da cultura deste cereal.
Ainda assim, dentro da APPA espera-se que a produção anual no País aumente para 23.505 toneladas na safra 2023/2024, isto sem contar com o que é produzido na agricultura familiar que, apesar de tudo, pesa muito pouco nas contas finais e não é possível de contabilizar devido à falta de dados.
Assim, como apenas 3% do arroz consumido em Angola é produzido no País, significa que não resta outra hipótese senão importar (ver peça ao lado). Até ao próximo ano, a estimativa é que a produção empresarial triplique a sua produção, aumentando a área de produção, com a província de Malange na liderança da cultura deste produto essencial para a alimentação dos cidadãos.
para a alimentação dos cidadãos. Mas este défice de produção deveria abrir uma corrida ao investimento, que só não acontece devido aos vários constrangimentos que o sector atravessa, defende o consultor Alfredo Pedro. “Para um país que consume as quantidades que consome a corrida ao arroz deveria estar a acontecer. Só não acontece porque não há confiança dos investidores devido aos vários problemas que esta cultura ainda atravessa no País”, disse.
Para que essa corrida aconteça é preciso que a massificação da cultura do arroz seja de facto encarada com realismo e não com “discursos bonitos” como tem acontecido, segundo alguns produtores. “O desempenho do Executivo ainda não é uma realidade apesar das promessas. Os discursos, os planos são bons, mas a execução não acontece como pretendido”, disse ao Expansão um dos produtores empresariais, solicitando anonimato.
Para esta fonte, “Angola tem potencial, mas acreditar não basta. E não são apenas os empresários que têm que acreditar. O Executivo também tem que fazer a sua parte”.
“A produção de arroz deveria ser vista de forma mais lógica há muito tempo. Temos que saber como é o fornecimento de sementes, que tipo de arroz vamos fazer. É o arroz inundado, o irrigado ou o de sequeiro? Fazer o inundado é muito caro (é o que está a ser feito) e exige um investimento muito alto. O de irrigação também exige um certo investimento devido aos pivôs de irrigação. Resta-nos a produção de sequeiro que não exige um sistema de irrigação porque depende das chuvas”, defende Wanderley Ribeiro presidente da APPA.
E no capítulo das sementes existe alguma produção duvidosa que está a ser distribuída como semente quando não é, defende quem está no campo. Por isso, “é preciso também olhar para os operadores que estão no segmento das sementes e o que têm para fornecer”, admite Wanderley.
Há ainda a questão da assistência técnica que deve ser prestada a quem produz, e aqui o Instituto de Desenvolvimento Agrário devia ter uma palavra a dizer, mas não acontece.
“Qual é o conhecimento que o País tem no domínio do arroz. Qual é o conhecimento do próprio Instituto de Desenvolvimento Agrário na assistência técnica da cultura do arroz. A leitura que temos é que é pouca. A nossa capacidade de assistência técnica na cultura do arroz é muito fraca”, defende um produtor do Bié. Para esta fonte, mesmo na produção empresarial poucos são os que têm de facto especialistas em produção de arroz a prestarem assistência técnica. Ao que o Expansão apurou, o Grupo Carrinho está a investir forte neste sector, tendo contratado técnicos especializados e com experiência no mercado internacional com o objectivo de dinamizar a produção que actualmente é feita pelo grupo.
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