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Vergonha Nacional: Agentes do censo sem salários e sem subsídios ameaçam parar tudo

A recolha de dados do Censo Geral da População e Habitação 2024, inicialmente prevista para terminar em 19 de Outubro, está longe de ser concluída, mergulhando o processo num cenário de caos e insatisfação generalizada. O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou recentemente uma nova prorrogação até 20 de Dezembro, mas a medida parece ter alimentado ainda mais a revolta dos agentes de campo, que denunciam atrasos no pagamento de salários e subsídios prometidos.

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Há 1 mês
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Uma operação marcada pela desorganização

Desde o seu início, em 19 de Setembro, o censo tem enfrentado uma série de problemas logísticos e administrativos. A falta de planeamento adequado levou ao prolongamento da atividade de recolha de dados, inicialmente estimada para durar apenas um mês. Esta não é a primeira vez que a execução de um censo no país é marcada pela desorganização. Em 2014, o primeiro Censo Geral em décadas também foi alvo de críticas devido a atrasos e à má gestão dos recursos alocados.

Em 2024, a situação parece ainda mais grave. Áreas continuam sem cobertura, enquanto cidadãos relatam falhas na abordagem e ausência de recenseadores em várias localidades.

Agentes sem pagamento e mobilização para paralisação

Um dos pontos mais críticos desta prorrogação é o atraso no pagamento dos salários dos agentes de campo. Até o momento, muitos profissionais não receberam nem os ordenados estipulados, nem os subsídios de alimentação prometidos, uma situação que está a gerar protestos e mobilizações para uma possível paralisação.

“Estamos a trabalhar desde setembro e até agora não vimos um único kwanza. Eles dizem que temos de continuar em campo, mas como? Sem dinheiro, sem condições? Isto é desumano”, desabafou um dos agentes sob anonimato.

Adicionalmente, o INE falhou em fornecer as adendas prometidas, agravando ainda mais a situação de quem já enfrenta dificuldades financeiras. “Nem sequer sabemos como vamos garantir o transporte para continuar a trabalhar. Muitos colegas decidiram que, sem pagamento, não voltam ao campo”, afirmou outro recenseador.

PONTUAL, fonte credível de informação.