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Angola entre as economias mais frágeis da África Austral, aponta relatório do Banco Mundial

O Banco Mundial voltou a acender o sinal de alerta para a economia angolana. A instituição reviu em baixa a previsão de crescimento do país para 2,3% este ano, menos quatro décimas do que o estimado em Abril, apontando o enfraquecimento do sector petrolífero como o principal travão ao desempenho económico.

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De acordo com o relatório “Pulsar de África”, divulgado esta terça-feira em Washington, às vésperas dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola abrandou consideravelmente no primeiro semestre de 2025, após um crescimento robusto de 4,4% em 2024.

“O PIB cresceu apenas 2,3% devido à contínua contracção do sector petrolífero”, destaca o documento, que antevê um ritmo de expansão modesto 2,6% em 2026 e 2,8% em 2027.

Embora o Banco Mundial reconheça que a recuperação tem sido impulsionada pelas actividades não petrolíferas, como as comunicações, o turismo, a indústria transformadora e a extracção de diamantes o impacto da queda na produção de petróleo continua a limitar o crescimento global. O relatório alerta que o esgotamento dos campos petrolíferos e anos de desinvestimento estão a comprometer a capacidade produtiva nacional.

Em contrapartida, a inflação mantém-se em níveis preocupantes. O Banco estima que os preços subam mais de 20% em 2025, descendo para 14,7% em 2026 e 12,6% em 2027, valores ainda considerados elevados face à média regional.

Angola também surge atrás da África Oriental e Austral, a divisão geográfica usada pelo Banco Mundial. Enquanto a região deverá crescer 3,2% este ano e ultrapassar 4% nos próximos dois, Angola permanecerá abaixo dos 3%, a par da África do Sul, o que “puxa para baixo” a média regional.

O relatório acrescenta que, ao excluir Angola e África do Sul, o crescimento médio da sub-região poderia atingir 5,9% até 2027.

No campo da inflação, o país também não apresenta boas notas. Angola está entre os nove países africanos, incluindo São Tomé e Príncipe, com taxas de inflação acima dos 10%, contrastando com a média regional inferior a 5%.

Outro dado preocupante é o acesso limitado ao financiamento, identificado como o maior obstáculo à actividade empresarial. Cerca de 70% das empresas angolanas afirmam enfrentar dificuldades graves para obter crédito, a percentagem mais elevada entre todos os países africanos analisados.