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Angola realiza décima cirurgia de separação de gémeos siameses

Duas gémeas siamesas de sete meses foram separadas com sucesso por uma equipa inteiramente angolana no Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, numa cirurgia considerada um marco para a medicina nacional. As bebés, naturais do Moxico e unidas pelo abdómen, encontram-se clinicamente estáveis e em recuperação satisfatória, segundo informações oficiais do Ministério da Saúde.

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As crianças chegaram à capital com apenas seis dias de vida, transportadas pela Força Aérea Nacional, e permaneceram sob acompanhamento médico até atingirem o peso adequado para a intervenção. O procedimento cirúrgico, de elevada complexidade, foi conduzido pelo cirurgião Luciano César Chinganda e envolveu especialistas em cirurgia pediátrica, cirurgia plástica, anestesiologia e cuidados intensivos.

Após 72 horas da operação, as bebés mantêm evolução positiva e deverão ter alta nos próximos dias. “Cada cirurgia é um desafio único. A nossa maior recompensa é o bem-estar das pacientes e a satisfação dos seus familiares”, afirmou o médico responsável.

O Hospital Pediátrico David Bernardino já realizou sete das dez cirurgias de separação de gémeos siameses registadas em Angola, consolidando-se como referência nacional neste tipo de intervenções.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, acompanhou o processo de perto e visitou as crianças no hospital, destacando a operação como prova da competência das equipas formadas localmente. “Este sucesso simboliza os avanços da medicina angolana e demonstra que o investimento na formação de quadros está a dar frutos”, sublinhou, agradecendo ainda a colaboração da Força Aérea na evacuação das bebés do interior do país.

A mãe das gémeas, Margarida Cassete, de 34 anos, não escondeu a emoção ao ver as filhas separadas. “Estou muito feliz e agradecida a Deus, à equipa médica e a todos os que nos apoiaram”, disse.

A intervenção cirúrgica contou também com o contributo do Programa da Unidade de Implementação do Projecto de Formação de Recursos Humanos em Saúde (UIP), que visa reforçar a capacidade técnica nacional em procedimentos complexos.