CEDESA critica FMI por aplicar modelos económicos ocidentais desajustados à realidade angolana
O vice-presidente do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social de África (CEDESA), Rui Verde, considera que o Fundo Monetário Internacional (FMI) falhou sistematicamente nas suas intervenções em Angola por aplicar modelos económicos ocidentais desajustados à realidade africana.

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Numa análise crítica intitulada “FMI em Angola: uma história de falhanços”, o investigador, também ligado à Universidade Paris Cité e à Universidade de Oxford, defende que os programas apoiados pela instituição têm ignorado aspectos fundamentais do contexto histórico, social e institucional angolano, comprometendo os resultados esperados.
“O FMI parte de pressupostos teóricos baseados em economias de mercado avançadas, desconsiderando elementos estruturais e sociopolíticos de África”, afirmou o académico. Entre os exemplos apontados está a insistência na retirada de subsídios aos combustíveis, uma medida que, embora teoricamente justificável do ponto de vista fiscal, tem agravado o custo de vida para a maioria da população angolana, já vulnerável.
Segundo Rui Verde, a política de liberalização e ajustamento estrutural promovida pelo FMI negligencia o facto de que sectores-chave da economia angolana, como o da distribuição de combustíveis, operam em ambientes marcados por estruturas oligopolistas e pouca transparência, o que limita os efeitos positivos esperados das reformas.
A intervenção mais recente da instituição, entre 2018 e 2021, permitiu evitar uma crise de liquidez no curto prazo, mas falhou, segundo o especialista, no seu propósito mais amplo: fomentar um crescimento económico sustentável, reduzir a pobreza e diversificar a economia nacional.
“O país continua refém da sua dependência do petróleo, das fragilidades institucionais e da ausência de uma política económica robusta que enfrente as desigualdades e a exclusão social”, observou.
O académico aponta ainda que os programas do FMI não contemplam com profundidade a realidade do Estado angolano, onde prevalecem problemas como a corrupção sistémica, a captura das instituições por elites políticas e a fraca capacidade administrativa. “Estes factores, muitas vezes ignorados, minam a eficácia das políticas macroeconómicas impostas de fora”, sustentou.
Rui Verde defende que uma abordagem mais eficaz exigiria a concepção de programas económicos enraizados nas especificidades locais, com foco na transformação das estruturas produtivas e não apenas no equilíbrio das contas públicas. “É preciso desenhar soluções que se adaptem à realidade africana, e não aplicar receitas universais que têm origem noutra lógica e cultura económica”, concluiu.
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