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Governo responsabiliza redes sociais pela escalada da violência

Órgão de consulta do Presidente apela à vigilância face à desinformação digital e garante controlo da situação interna

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Há 14 horas
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O Conselho de Segurança Nacional advertiu esta Terça-feira para a crescente disseminação de conteúdos manipulados nas redes sociais, alguns dos quais alegadamente produzidos com recurso à Inteligência Artificial, e apelou à população para que não se deixe influenciar por mensagens que incitam à desordem e à violência.

Reunido no Palácio Presidencial, em Luanda, sob a orientação do Presidente da República, João Lourenço, o Conselho avaliou a situação interna após os distúrbios da semana passada e considerou que as medidas adoptadas pelas autoridades permitiram restabelecer a ordem pública, bem como a normalidade nos sectores comercial, escolar e laboral.

Num comunicado divulgado na página oficial da Presidência da República, o órgão exorta os cidadãos a adoptarem uma postura cívica, ordeira e de respeito às autoridades, alertando para os riscos associados à partilha e adesão a conteúdos enganosos que circulam nas plataformas digitais.

“O Conselho de Segurança Nacional apela à população angolana no sentido de não aderir aos conteúdos veiculados nas redes sociais, muitos deles produzidos com recurso à Inteligência Artificial, que incitam à desobediência, ao ódio e à rebelião”, refere a nota.

O apelo surge na sequência dos protestos registados entre os dias 28 e 30 de Julho, que tiveram início com uma paralisação convocada por associações de taxistas em protesto contra o aumento do preço do gasóleo. As manifestações, inicialmente pacíficas, degeneraram em tumultos violentos, actos de vandalismo e pilhagens em diversas províncias, com destaque para Luanda.

De acordo com dados oficiais, os confrontos resultaram em 30 mortes, 277 feridos e 1515 detenções. Foram ainda destruídos 118 estabelecimentos comerciais, 24 autocarros, mais de 20 viaturas particulares, cinco veículos das forças de defesa e segurança, uma motorizada e uma ambulância.

O Conselho de Segurança Nacional reafirma que as instituições continuam empenhadas em garantir a ordem, a estabilidade e a salvaguarda dos direitos e liberdades dos cidadãos, conforme previsto na Constituição e nas leis da República.