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Governo sob pressão para proteger activista ameaçado de morte por denunciar tráfico de diamantes em Angola

CEAST exige investigação urgente após alegadas ameaças contra Jordão Muakambinza, activista que revelou reabertura de casas de venda ilegal de diamantes em Cafunfo.

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Há 3 dias
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A Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação (CEAST) apelou esta sexta-feira ao Governo angolano para tomar medidas imediatas de protecção do activista Jordão Muakambinza, após o mesmo ter sido alvo de ameaças de morte. Muakambinza, que denunciou a reabertura de casas de tráfico de diamantes na localidade de Cafunfo, no município do Cuango, província da Lunda Norte, está a ser alvo de uma campanha de intimidação que tem gerado revolta entre defensores dos direitos humanos.

O padre Celestino Epalanga, Presidente da CEAST, repudiou as ameaças e reafirmou que a denúncia feita por Muakambinza é de interesse público, sendo agora imperativo que as autoridades competentes investiguem e responsabilizem os envolvidos no esquema ilícito de tráfico de diamantes. “A luta contra a corrupção é uma luta de todos os cidadãos. Agora, mais do que nunca, o activista deve ser protegido e a sua denúncia, que revela práticas gravemente prejudiciais ao país, precisa ser levada a sério”, sublinhou Epalanga em declarações à Rádio Correio da Kianda.

A denúncia de Muakambinza, que revelou a reabertura de locais de venda e tráfico de diamantes na região de Cafunfo, chama a atenção para um problema recorrente: a persistência da corrupção e o envolvimento de poderosos grupos económicos na exploração ilegal de recursos naturais. Guilherme Neves, Presidente da Associação Cívica Mãos Livres, também expressou solidariedade ao activista, afirmando que a corrupção e a actuação de alguns interesses económicos que buscam se apropriar de terras ricas em pedras preciosas são os principais responsáveis pelos atropelos e pela ameaça à segurança dos cidadãos.

Neves destacou ainda que a vigilância activa dos cidadãos é fundamental para a melhoria das políticas públicas e para a denúncia de desvios, a fim de que os governantes possam tomar medidas eficazes contra a corrupção. “É fundamental que as autoridades reconheçam a importância de um cidadão vigilante e empenhado na denúncia de abusos. Se não forem tomadas medidas, casos como este vão continuar a proliferar”, alertou o líder da Mãos Livres.

PONTUAL, fonte credível de informação.