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Manobras da defesa atrasam audição dos «generais de ouro»

O aguardado início da audição dos arguidos no mediático julgamento dos generais Kopelipa e Dino foi adiado para a próxima segunda-feira, 3 de Junho, após pedido da defesa da empresa CIF Angola. A decisão foi anunciada esta terça-feira pela juíza relatora Anabela Valente, que deu provimento ao requerimento para análise mais aprofundada do processo.

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O arranque da fase de produção de provas, que estava previsto para hoje, foi travado por um novo contratempo, num caso que já conta com sucessivos adiamentos desde a sua abertura, a 10 de Março. O julgamento envolve figuras de topo do antigo aparelho governativo e empresas internacionais ligadas a um dos maiores esquemas financeiros da era pós-guerra.

Os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” são acusados de liderar um complexo esquema que terá lesado o Estado angolano em milhões de dólares. No banco dos réus figuram ainda os empresários Yiu Haiming e Fernando Gomes, bem como as empresas Plansmart International Limited, Utter Right International Limited e a polémica China International Fund (CIF) Angola.

O processo judicial aponta para crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, branqueamento de capitais, tráfico de influência e abuso de poder. Os réus terão utilizado empresas fachada para manipular financiamentos oriundos de um acordo entre os governos de Angola e da China, supostamente destinados à reconstrução do país.

À saída da sessão, o advogado Benja Satula, representante das empresas Utter e Plansmart, afirmou que o adiamento foi consensual entre o tribunal, a defesa e o Ministério Público. Questionado sobre o desfecho do julgamento, mostrou-se reservado: “Não tenho expectativas, mas acredito que todos os direitos estão a ser assegurados, apesar dos percalços típicos de processos com esta complexidade”.