0º C

07 : 31

Massano no Dubai: novo aeroporto, portos e caminhos-de-ferro apresentados como motores do investimento

Angola apresentou-se esta terça-feira, no Dubai, como um destino competitivo e em plena transformação económica, ao destacar oportunidades milionárias em sectores estratégicos como energia, telecomunicações, banca, agro-indústria e logística. O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, foi a voz do país no fórum internacional The Africa Debate UAE 2025, organizado pela Invest Africa em parceria com o Governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU).

Registro autoral da fotografia

Há 2 semanas
2 minutos de leitura

Sob o lema “Mercados Partilhados, Futuro Partilhado”, Massano defendeu que Angola vive hoje um ambiente económico mais estável, assente em reformas estruturais, reservas internacionais superiores a 15 mil milhões de dólares e uma dívida pública controlada, na ordem dos 60% do PIB.

“Estamos a criar as condições para atrair e proteger o capital estrangeiro, com liberdade para repatriar dividendos e novas oportunidades em sectores chave”, afirmou o ministro.

Entre os trunfos apresentados, destacam-se:

  • Diversificação económica com crescimento anual de 5% nos sectores não petrolíferos;
  • Um programa de privatizações que envolve mais de 100 empresas estatais;
  • Infra-estruturas de peso como o novo aeroporto internacional de Luanda, com capacidade para 15 milhões de passageiros, o porto de Cabinda, além da modernização de terminais em Luanda, Benguela e Namibe, e a reabilitação dos caminhos-de-ferro do Corredor do Lobito;
  • Recursos estratégicos como diamantes, cobre, cobalto e lítio, essenciais à transição energética, e vastas áreas agrícolas com forte potencial exportador.

Massano sublinhou também as oportunidades em energias renováveis, reforçadas pelo recente Acordo Abrangente de Parceria Económica (CEPA) assinado com os Emirados Árabes Unidos, que prevê eliminar barreiras comerciais e abrir novos canais de investimento em logística, turismo, agricultura e indústria.

Acordos bilaterais e meta de 10 mil milhões

À margem da conferência, o governante reuniu-se com o ministro do Comércio Exterior dos EAU, Thani bin Ahmed Al Zeyoudi, com quem avaliou os avanços do CEPA e o crescimento de 30% do comércio bilateral só no primeiro semestre de 2025. O objectivo traçado é ambicioso: atingir os 10 mil milhões de dólares anuais até 2033.

Massano garantiu ainda que a segurança alimentar é uma das prioridades do Executivo, atraindo o interesse de várias empresas agro-industriais presentes no encontro.

Com uma narrativa de estabilidade, reformas e oportunidades concretas, Angola procurou no Dubai afirmar-se não apenas como destino alternativo, mas como uma verdadeira “porta de entrada africana” para os capitais globais.