Num processo pouco claro: Grupo Carrinho consegue comprar o Banco Keve
O Grupo Carrinho, já conhecido pelo seu domínio absoluto no sector agroalimentar, volta a estar no centro das atenções com a compra do Banco Keve. Após a aquisição do Banco de Comércio e Indústria (BCI), que se diz a um ´preço de banana´, a gigante expande agora o seu império financeiro, em meio a acusações de beneficiar de ligações políticas e facilidades na obtenção de contratos públicos.

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O Grupo Carrinho continua a consolidar o seu poder em Angola com a recente aquisição de uma parte significativa do Banco Keve, um movimento que levanta não só preocupações sobre a criação de um monopólio, mas também reacende antigas acusações sobre o favorecimento político nas suas operações.
O Grupo, que recentemente adquiriu 100% do BCI, agora está a caminho de deter entre 65% e 80% do capital social do Banco Keve, consolidando ainda mais a sua posição no sector financeiro. Apesar do Banco Nacional de Angola, regulador e supervisor do sistema bancário, não se ter oposto à operação, alegando que o Banco Keve tem uma “quota de mercado diminuta”, muitos analistas vêem nesta estratégia de expansão uma clara tentativa de monopólio.
O conglomerado, que já domina o sector agroalimentar, ao ter assumido o monopólio de fornecimento de produtos essenciais ao Estado, tem sido alvo de acusações reiteradas sobre a proximidade com figuras influentes do governo. Essa proximidade teria facilitado a obtenção de contratos milionários, especialmente em projectos financiados com fundos públicos, beneficiando o grupo em detrimento da concorrência. Agora, com a aquisição de entre 65% e 80% do capital social do Banco Keve, o Grupo Carrinho está a cimentar ainda mais a sua presença no sector bancário, levantando suspeitas de uma tentativa de controlar áreas estratégicas da economia angolana.
Apesar de a ARC ter minimizado os riscos concorrenciais e o Banco Nacional de Angola não se ter oposto à transacção, alegando que o Banco Keve detém uma “quota de mercado diminuta”, a crescente influência do grupo em diversos sectores da economia é vista com receio por observadores atentos. Além do controlo do sector agroalimentar, o grupo parece estar a utilizar as suas ligações para expandir o seu império no sector financeiro, o que pode vir a sufocar outras empresas e empreendedores que não têm o mesmo acesso privilegiado.
Fontes próximas do sector empresarial têm reiterado que o Grupo Carrinho tem sido favorecido por processos pouco claros na adjudicação de contratos públicos, especialmente nas áreas de fornecimento alimentar e de infraestrutura. A aquisição do Banco Keve, a par do controle já consolidado do Banco de Comércio e Indústria, coloca o grupo numa posição de poder sem precedentes, não só no sector privado, mas também nas esferas de influência estatal, o que aumenta os receios de um monopólio de facto.
Com os olhos voltados para o próximo passo da gigante empresarial, muitos questionam até que ponto este domínio crescente poderá afectar negativamente a economia e as oportunidades de concorrência justa no país. O Grupo Carrinho, que já controla uma grande fatia do mercado agroalimentar, parece agora determinado a estender os seus tentáculos sobre o sector financeiro, levantando sérias questões sobre o futuro da livre concorrência em Angola e sobre a influência do poder político na facilitação deste crescimento desmedido.
Um grosso de cidadãos aguarda respostas mais claras sobre o papel das entidades reguladoras e da própria justiça angolana em assegurar que esse domínio crescente seja acompanhado de uma transparência efectiva, num país que já lida com os efeitos nefastos de uma economia concentrada nas mãos de poucos grupos de interesse.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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