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Surto controlado? Angola regista avanços na luta contra a cólera

Angola poderá declarar, em breve, o controlo do surto de cólera que desde Janeiro tem afectado várias regiões do país. A garantia foi dada esta semana pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, durante uma visita ao Hospital Municipal do Chitato, na província da Lunda Norte, onde avaliou o andamento da terceira fase da campanha nacional de vacinação.

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Há 1 mês
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A governante afirmou que a resposta rápida do Executivo foi crucial para conter a propagação da doença, elogiando as medidas em curso, com destaque para a intensificação da vacinação, o reforço no abastecimento de água potável e as acções de saneamento básico. “Desde o primeiro caso, activámos os mecanismos de contenção. Hoje, já não se registam infecções nas províncias onde se concluiu o processo de vacinação”, assegurou.

Contudo, a ministra sublinhou que a vacina, embora essencial, não é uma solução isolada. “A vacinação é uma medida imediata e eficaz, mas não substitui o acesso regular à água segura, o tratamento de resíduos e a promoção de boas práticas de higiene”, alertou.

Neste momento, o foco das autoridades sanitárias está centrado em seis províncias ainda afectadas: Zaire, Lunda Norte, Cabinda, Cuanza Sul, Namibe e Huíla. Nestas regiões, decorrem campanhas intensivas de vacinação e sensibilização comunitária, com o objectivo de cortar as cadeias de transmissão em tempo útil.

A campanha nacional, já na terceira fase, conta com o apoio da Aliança Global para Vacinas (GAVI), que disponibilizou doses suficientes para imunizar cerca de dois milhões de pessoas, com idade igual ou superior a um ano, em 24 municípios considerados prioritários. Só na vila de Cafunfo, epicentro do surto na Lunda Norte, foram entregues mais de 37 mil doses.

Paralelamente à vacinação, o Ministério da Saúde tem apostado na educação sanitária para instruir as populações sobre medidas de prevenção e reforçar hábitos de higiene. De acordo com Sílvia Lutucuta, estas acções têm contribuído de forma significativa para a redução de novos casos e para a melhoria da saúde pública nas zonas mais vulneráveis.

Segundo os dados mais recentes divulgados pela tutela, Angola regista um total acumulado de 27.407 casos de cólera desde o início do surto, com 763 mortes associadas. Na Lunda Norte, onde a situação chegou a ser crítica, foram reportados mais de 500 casos e oito óbitos.

A expectativa do Governo é que, com o avanço das acções em curso, o país possa, em breve, declarar o fim do surto e consolidar os ganhos na resposta a futuras emergências de saúde pública.