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ANATA recorre a mediação das igrejas para libertação do vice-presidente detido

A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) pediu a intervenção de várias confissões religiosas junto das autoridades para garantir a libertação do seu vice-presidente, Rodrigo Luciano Catimba, detido há uma semana por suspeitas de incitação à violência, apologia de crime, rebelião e terrorismo.

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Há 5 dias
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O apelo foi feito pelo presidente da ANATA, Francisco Paciente, no final de um encontro com a Comissão Inter-Eclesial que reúne representantes da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), da Aliança Evangélica de Angola (AEA), do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) e do Fórum Cristão Angolano (FCA).

Rodrigo Catimba foi detido a 31 de Julho, na província de Benguela, três dias após os protestos e tumultos que ocorreram em várias províncias na sequência de uma greve dos taxistas convocada entre 28 e 30 do mesmo mês. Segundo dados oficiais, os confrontos resultaram em 30 mortos, mais de 200 feridos e cerca de 1.500 detenções.

De acordo com o Serviço de Investigação Criminal (SIC), Catimba está implicado na mobilização para os protestos, tendo como principal elemento de prova um vídeo de 25 de Julho onde apela à paralisação dos táxis. O seu advogado contesta a legalidade da detenção, alegando ausência de fundamentos sólidos.

Francisco Paciente afirmou que o processo está a ser acompanhado por advogados e assegurou que o vice-presidente “está bem”, defendendo a sua inocência. “Pedimos à igreja que interceda junto das instituições de justiça para que se devolva a liberdade a um taxista que nada tem a ver com os incidentes registados”, disse.

As confissões religiosas presentes apelaram ao diálogo como via para a resolução de conflitos sociais, sublinhando a importância de medidas rápidas para mitigar as dificuldades económicas que afetam a população. O padre José João, representante da CEAST, prometeu manter a “diplomacia e pressão positiva” junto das autoridades.

Também o reverendo Luís Gimbi, da Igreja Evangélica de Angola, afirmou que as igrejas vão auscultar diferentes sectores da sociedade antes de apresentar uma proposta ao Governo sobre a atual situação económica e social. Já o reverendo Vladimir Agostinho, do CICA, advertiu que problemas como a subida do preço dos combustíveis não devem ser enfrentados com violência, mas sim com “caminhos de diálogo” que evitem repetir “o triste cenário” de finais de Julho.