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Banco Mundial tem 300 milhões para apoiar Corredor do Lobito e pede que países facilitem investimento

O Banco Mundial prepara um projecto de 300 milhões de dólares para o Corredor do Lobito, anunciou a vice-presidente da instituição Victoria Kwakwa, alertando que os países têm de facilitar condições para investimento externo.

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Há 3 semanas
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“Os (três países envolvidos) têm de trabalhar também na conectividade, cada um tem de criar condições para aumentar o comércio, melhorar as barreiras regulatórias e criar infra-estruturas de conectividade para que a região seja uma fonte de comércio e de desenvolvimento”, disse Victoria Kwakwa.

Em entrevista à Lusa, a vice-presidente do Banco Mundial para a África Oriental e Austral lembrou que se trata de “um projecto estratégico” e vincou que os governos de Angola, República Democrática do Congo (RDCongo) e Zâmbia têm de “trabalhar juntos e colocar em prática políticas que apoiem o desenvolvimento e o enquadramento certo para fomentar o comércio e as infra-estruturas de apoio”.

O Banco Mundial, adiantou, tem um projecto de criação de emprego para as micro, pequenas e médias empresas, no valor de 300 milhões de dólares, para capacitar cerca de 12 mil empresas que operam ao longo deste corredor ferroviário e económico, que vai do porto do Lobito até à República Democrática do Congo e norte da Zâmbia.

“Temos um projecto de 300 milhões de dólares para apoiar as empresas nas actividades, e para apoio directo também, e todo o ecossistema que as ajudará a crescer e ligarem-se umas às outras, melhorando o acesso a financiamento, serviços e a conhecimentos que são necessários, para ser uma importante área de crescimento para Angola e para a região”, disse a vice-presidente do Banco Mundial.

O Corredor do Lobito “é importante e estratégico para Angola, mas também para os outros países na região”, disse Victoria Kwakwa, lembrando que o projecto tem impacto em quatro províncias angolanas com oito milhões de habitantes, que representam 25 por cento da população e albergam mais de 12 mil empresas.

O projecto “claramente é de importância estratégica, tem imenso potencial para o desenvolvimento da cadeia de valor da agricultura, frutas, vegetais, e uma estratégia de diversificação tem de olhar muito cuidadosamente para o corredor do Lobito e para a maneira de aproveitar totalmente as potencialidades para garantir estes objectivos”, disse a responsável.

Em Angola, o Banco Mundial tem em prática uma parceria assente em dois pilares – diversificação económica e melhoria da prestação de serviços públicos básicos –, com uma carteira de 4 mil milhões de dólares, centrado no capital humano, educação, conhecimentos e área digital para fomentar a diversificação da economia

O Corredor do Lobito é o primeiro corredor económico estratégico lançado sob a égide da Parceria para as Infra-estruturas e Investimento Global do G7 (PGI), em Maio de 2023, a que se seguiu a assinatura de uma declaração conjunta entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA), à margem da Cimeira do G20 de Setembro de 2023 em Nova Deli, de apoio ao desenvolvimento do Corredor.

Em Outubro do ano passado, durante o Fórum Global Gateway, a UE e os EUA assinaram – em conjunto com Angola, a RDCongo, a Zâmbia, o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB) e a Corporação Financeira Africana (AFC) – um Memorando de Entendimento (MoU) para definir os papéis e objectivos para a expansão do Corredor.

A AFC é a promotora principal do projecto que vai ligar os três países africanos, e prevê-se que a linha férrea a modernizar, na parte que já existe, e completar, crie benefícios económicos de aproximadamente 3 mil milhões de dólares para os países, reduza as emissões atmosféricas em cerca de 300 mil toneladas por ano, e crie mais de 1250 postos de trabalho durante a sua construção e as operações.

C/VA

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