0º C

17 : 19

BNA prevê crescimento económico de 4% e inflação a 27% até ao final do ano

O Banco Nacional de Angola (BNA) estima que o crescimento económico do país atinja 4% até ao final de 2024, enquanto a inflação, embora em trajetória descendente, deverá manter-se elevada, encerrando o ano em torno dos 27%.

Registro autoral da fotografia

Há 1 mês
2 minutos de leitura

O governador do BNA, Manuel Tiago, revelou estas projeções durante a última reunião do Comité de Política Monetária (CPM) deste ano, realizada em Ndalatando, província do Cuanza Sul. De acordo com Tiago, o desempenho económico tem sido impulsionado pelo crescimento de setores-chave como o petróleo (4,6%), diamantes (33,3%), transporte e armazenagem (17,2%) e eletricidade e água (8,7%).

Inflação em queda lenta, mas persistente

Em outubro, a taxa de inflação situou-se em 29,17%, marcando o terceiro mês consecutivo de queda, graças a uma maior oferta de produtos de consumo essencial, estabilidade cambial e condições monetárias favoráveis. Apesar disso, o CPM manteve a taxa BNA em 19,5%, justificando a decisão com a necessidade de uma abordagem prudente para lidar com os níveis elevados de inflação.

“Embora a trajetória seja descendente, as pressões inflacionárias resultantes de fatores como os ajustes nos preços de combustíveis, transporte e educação continuam a exigir cautela na condução da política monetária”, afirmou o governador.

Crédito e reservas internacionais em foco

O crédito à economia, em moeda nacional, registou um aumento significativo, atingindo 5,5 mil milhões de kwanzas em outubro, com uma variação acumulada de 20% desde o início do ano. No setor externo, o saldo da conta de bens apresentou um superavit acumulado de 19,2 mil milhões de dólares, impulsionado pela redução das importações e ligeiro aumento das exportações.

Entretanto, as reservas internacionais caíram para 14,75 mil milhões de dólares em outubro, após uma venda de 250 milhões de dólares pelo BNA ao mercado. Apesar disso, o banco central espera recuperar as reservas para um nível próximo de 15 mil milhões de dólares até ao final do ano.

2024: um ano de desafios macroeconómicos

Manuel Tiago classificou 2024 como um ano de desafios significativos para a economia angolana, marcado pela eliminação gradual de subsídios aos combustíveis e ajustes em preços de serviços essenciais. No entanto, a gestão monetária tem garantido relativa estabilidade, permitindo ao país manter uma cobertura de 7,84 meses de importação de bens e serviços.

A próxima reunião do CPM está marcada para 20 e 21 de janeiro de 2025, em Luanda, onde se espera uma avaliação detalhada do impacto das políticas adotadas este ano e projeções para o próximo ciclo económico.