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Crianças e estrangeiros lideram crime de vandalização de bens públicos-SIC

Mais de 60% dos casos de vandalização de bens públicos em Angola envolvem cidadãos estrangeiros e crianças, revelou o Serviço de Investigação Criminal (SIC) esta quinta-feira. As autoridades admitem que estas ações, focadas na extração e transformação de material ferroso, fazem parte de uma rede de crime organizado que tem mobilizado menores e expatriados, particularmente de origem asiática e oeste africana.

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Há 5 meses
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As autoridades angolanas estão em alerta máximo devido ao aumento significativo de casos de vandalização de bens públicos, em particular o roubo de material ferroso. De acordo com declarações feitas esta quinta-feira por José Alfredo, director do gabinete jurídico do Serviço de Investigação Criminal (SIC), à Rádio Nacional de Angola (RNA), mais de 60% dos indivíduos envolvidos nestes crimes são estrangeiros e crianças.

“Temos processos que, pela sequência investigativa e pela qualificação das autoridades, trata-se de crime organizado que também foram já actuados e instruídos e que deram entrada às autoridades judiciais”, afirmou José Alfredo, revelando a seriedade com que o SIC encara esta problemática.

Dorivaldo Adão, porta-voz da comissão provincial de Luanda do Programa de Protecção de Bens Públicos, também alertou para a complexidade da situação, sublinhando o papel central que o crime organizado desempenha nestes atos de vandalismo. “Temos muitos cidadãos expatriados nesse negócio”, explicou, destacando que grande parte dos envolvidos são de origem asiática e oeste africana.

A situação é agravada pela participação de crianças, que, segundo as autoridades, são frequentemente utilizadas pelos adultos devido à sua inimputabilidade perante a lei. “Estamos a falar de mais de 60 por cento, e crianças também”, referiu Dorivaldo Adão, denunciando a exploração infantil que sustenta este esquema criminoso.

As atividades clandestinas de pesagem e transformação de material ferroso tornaram-se uma preocupação crescente, especialmente em Luanda, onde crianças e jovens vasculham o lixo e obras inacabadas em busca de sucata, madeira e plástico, como relatado anteriormente pela agência Lusa. Entre os bens públicos mais visados pelos vândalos estão tampas de esgotos, grades de sarjetas, cabos elétricos, lâmpadas e até postos de transformação de alta tensão.

Para combater esta crescente onda de criminalidade, o parlamento angolano aprovou, em Julho passado, a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, que prevê penas que vão dos três aos 25 anos de prisão para os envolvidos. No entanto, a aplicação desta legislação enfrenta desafios consideráveis, especialmente devido à complexidade do crime organizado e à utilização de menores nas ações criminosas.

Este fenómeno não só representa uma ameaça significativa para a infraestrutura pública, como também levanta preocupações sobre a segurança e a proteção das crianças envolvidas. As autoridades prometem continuar a investigar e a tomar medidas rigorosas para travar esta rede criminosa, enquanto apelam à colaboração da sociedade civil na denúncia de atividades suspeitas.

PONTUAL, fonte credível de informação.