Eliminação dos subsídios aos combustíveis avança enquanto Governo intensifica venda de empresas estratégicas
O Governo angolano reafirmou o seu compromisso em eliminar gradualmente os subsídios aos combustíveis, mas desta vez foi mais explícito quanto aos desafios que a medida pode acarretar para a população. Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, a intenção é avançar com cortes no próximo ano, mas sem uma eliminação total em 2025, para evitar, nas suas palavras, “dificuldades desnecessárias”.

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Lima Massano, que participou na 55.ª Reunião Anual do Fórum Económico Mundial, em Davos, em representação do Presidente João Lourenço, confirmou ainda que a economia do país crescerá cerca de 4% este ano, um resultado atribuído ao desempenho de sectores não petrolíferos e à contínua privatização de empresas públicas. No entanto, essa narrativa esconde um problema estrutural: o ritmo lento e a opacidade nas vendas dessas empresas, que têm gerado mais dúvidas do que soluções.
Entre as privatizações anunciadas está a Unitel, cuja venda será parcialmente realizada na bolsa de valores, assim como o Banco de Fomento Angola (BFA) e a unidade local do Standard Bank Ltd. Estas empresas, consideradas pilares estratégicos da economia, estão na lista das quase 200 entidades que o Governo colocou à venda desde 2019. Contudo, mais de quatro anos depois, pouco mais de metade foi privatizada, num processo que muitos criticam como insuficientemente transparente.
A eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis soma-se a estas privatizações como parte de uma estratégia para aliviar as finanças públicas, mas a população é quem mais tem sofrido com os impactos. O encarecimento de produtos e serviços essenciais, provocado pelos aumentos anteriores, já causou um desgaste significativo, e o receio de que novas medidas possam agravar ainda mais o custo de vida paira sobre os angolanos.
Como se não bastasse, o Governo anunciou que voltará aos mercados internacionais este ano para emitir Eurobonds num valor que pode atingir os 2 mil milhões de dólares. A crescente dependência de dívida externa, associada ao fraco impacto das políticas de diversificação económica no dia-a-dia das populações, coloca em causa a real eficácia da gestão financeira do Executivo.
Em Davos, Lima Massano aproveitou para manter contactos bilaterais com representantes de empresas multinacionais como Trafigura, Citigroup e JP Morgan. No entanto, enquanto o Governo angolano tenta atrair investimentos externos, as críticas internas crescem, especialmente quanto à falta de resultados concretos nas áreas sociais e económicas que mais afetam os cidadãos.
Num dos painéis do Fórum, o ministro enfatizou a exploração sustentável de minerais estratégicos e defendeu o papel das parcerias público-privadas no desenvolvimento económico. No entanto, para muitos, essas promessas parecem distantes de uma realidade marcada por níveis alarmantes de pobreza e desigualdade, que continuam a caracterizar Angola.
Com subsídios a desaparecer, empresas estratégicas a serem alienadas e uma dívida pública crescente, o futuro pinta-se cada vez mais sombrio para os angolanos, que questionam até que ponto as medidas do Governo estão realmente a servir o país ou apenas a perpetuar uma gestão que beneficia poucos à custa de muitos.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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