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Ministério do Interior considera tumultos em Luanda um ataque à ordem constitucional

O Ministério do Interior considerou esta Segunda-feira que os actos de violência e vandalismo registados em diversos pontos de Luanda constituem um ataque directo ao Estado democrático e de direito, prometendo agir com firmeza contra os responsáveis. As declarações surgem na sequência de distúrbios ocorridos no primeiro dia da paralisação de três dias convocada por associações de taxistas, em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis.

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Num comunicado lido em cadeia nacional, o Governo denunciou a existência de actos “premeditados de sabotagem e intimidação”, classificando-os como acções criminosas que atentam contra a estabilidade e o bem-estar da população. O Ministério garantiu que estão em curso medidas de contenção e investigações para identificar e levar à justiça tanto os executores como os instigadores.

“As autoridades estão a agir para manter a ordem e a tranquilidade públicas, e não tolerarão qualquer forma de violência ou vandalismo”, afirmou o porta-voz do Ministério, sublinhando que a situação de segurança é, neste momento, considerada estável.

O protesto, que deveria decorrer de forma pacífica, degenerou em tumultos em vários bairros da capital, onde foram reportadas agressões, saques a estabelecimentos comerciais, barricadas e ataques a viaturas, incluindo transportes públicos. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram paragens lotadas, pneus incendiados e confrontos entre manifestantes e forças da ordem.

Em resposta aos episódios de violência, o Consulado-Geral de Portugal em Luanda emitiu um alerta de segurança, recomendando a todos os cidadãos portugueses que evitem deslocações não essenciais e que mantenham uma postura de prudência e vigilância. O organismo informou ainda que o atendimento consular estará condicionado esta Terça-feira, 29 de Julho, devido aos constrangimentos de mobilidade causados pelos protestos.

“O consulado continua a acompanhar de perto a situação, em articulação com as autoridades angolanas e parceiros europeus”, lê-se no comunicado oficial, que reforça o apelo à adesão ao canal de informações da instituição na plataforma WhatsApp.

Os protestos foram convocados por várias associações de taxistas, em reacção ao aumento do preço do gasóleo de 300 para 400 kwanzas por litro, no âmbito da retirada gradual dos subsídios aos combustíveis. A subida levou também ao reajuste das tarifas dos transportes públicos, afectando directamente a sustentabilidade do sector informal do transporte em Luanda.

Enquanto os operadores exigem maior atenção por parte do Executivo às suas reivindicações, o Governo reitera a sua prioridade na defesa da ordem pública e responsabilização criminal dos envolvidos nos actos de violência que marcaram o arranque da paralisação.