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ONU quer Angola na linha da frente contra a fome em África

Programa Alimentar Mundial escolhe Luanda como parceira estratégica para travar crise alimentar no continente e apoiar países em conflito.

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Há 1 semana
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Angola pode vir a desempenhar um papel-chave no combate à insegurança alimentar que assola várias regiões de África. O Programa Alimentar Mundial (PAM), braço das Nações Unidas no combate à fome, expressou um firme desejo de estreitar laços com Angola e apoiar o país no exercício da presidência da União Africana (UA), no que toca à segurança alimentar e nutricional.

A intenção foi expressa por Carl Skau, director executivo adjunto e chefe das Operações do PAM, durante um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Téte António, esta Sexta-feira, em Antalya, Turquia. Skau não escondeu a ambição de ver Angola a liderar, não apenas discursos, mas acções concretas em apoio aos Estados africanos mais afectados por crises e conflitos.

“Queremos colaborar com Angola para mobilizar recursos e desenvolver estratégias eficazes de combate à insegurança alimentar que afecta milhões de africanos”, declarou o alto responsável da ONU, segundo nota oficial do Governo. Skau foi ainda mais longe ao reiterar o compromisso do PAM em reforçar a cooperação com Luanda, tanto no plano bilateral como no contexto mais amplo da liderança angolana na União Africana.

Por sua vez, Téte António acolheu a proposta com entusiasmo, sublinhando a necessidade de uma resposta coordenada e continental. O ministro destacou que o combate à fome em África exige sistemas alimentares resilientes, comunidades capacitadas e uma actuação rápida diante das crises humanitárias, cada vez mais frequentes e devastadoras.

O chefe da diplomacia angolana elogiou também o papel do PAM em Angola, com intervenções decisivas nas províncias mais vulneráveis, onde já se observam melhorias palpáveis graças à acção da agência.

Ambos os diplomatas concordaram na urgência de criar mecanismos robustos e sustentáveis de mobilização de recursos, com base nas prioridades africanas, deixando claro que a luta contra a fome não pode depender apenas da boa vontade internacional, mas sim de parcerias estratégicas e transparentes, lideradas por africanos para africanos.

Criado em 1961, o Programa Alimentar Mundial é hoje a maior organização humanitária do planeta dedicada ao combate à fome. A sua aproximação a Angola poderá representar uma viragem histórica no enfrentamento das crises alimentares em África, colocando o país no centro das decisões mais críticas para o futuro do continente.