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Privatização da Unitel sem data definida, mas IGAPE garante continuidade do programa até 2026

A privatização da Unitel, inicialmente prevista para o primeiro semestre de 2025, permanece sem calendário confirmado, admitiu esta Quinta-feira o presidente do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Álvaro Fernão, que sublinhou a complexidade do processo e recordou que o Programa de Privatizações (ProPriv) se estende até 2026.

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As declarações foram feitas à margem da apresentação da Oferta Pública de Venda (OPV) do Banco de Fomento Angola (BFA), que colocará em mercado 29,75% do capital social, a maior operação do género na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA). A transacção resulta da alienação de 15% por parte da Unitel e 14,75% pelo Banco Português de Investimento (BPI), actualmente controlado pelo CaixaBank.

“O programa entrou numa fase em que estão em causa activos valiosos e de maior complexidade. Este ano concluímos a privatização de três fábricas estratégicas e agora avançamos com a OPV do BFA, que foi o banco mais lucrativo de 2024”, afirmou Álvaro Fernão, sem se comprometer com novas datas para a entrada da Unitel em bolsa.

A operadora de telecomunicações, hoje totalmente detida pelo Estado, integra o ProPriv desde 2019, tendo a sua alienação parcial sido autorizada por despacho presidencial de Agosto de 2024. A operação deverá envolver a venda de 15% do capital através de uma Oferta Pública Inicial (IPO) na BODIVA.

Até 2022, a Unitel tinha ainda participação privada, com 25% de Isabel dos Santos, via Vidatel, e 25% do general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, através da Geni. As acções foram entretanto nacionalizadas, passando a empresa a ser integralmente pública, gerida pelo IGAPE e pela Sonangol.

Sobre a OPV do BFA, o presidente da operadora, Aguinaldo Jaime, considerou a operação “um marco importante para o sistema financeiro nacional”, destacando a solidez do banco e a sua rentabilidade como factores de atracção para investidores nacionais e estrangeiros.

Criado em 2002 a partir da sucursal angolana do BPI, o BFA conheceu várias alterações na sua estrutura accionista até 2017, quando o CaixaBank consolidou a posição no mercado angolano.

Com o arranque da maior OPV da história da BODIVA, o IGAPE assegura que o calendário global do ProPriv se mantém em vigor até 2026, enquanto a Unitel, uma das peças centrais do programa, continua em compasso de espera.